quarta-feira, agosto 24, 2011

||| Descobrindo a comunicação - القاهرة - Cairo - parte 2 |||

[novela local]

Realmente a comunicação é tudo nesta vida, independente da forma, mas principalmente a verbal. Não dominar o idioma local me fez sentir como uma criança não alfabetizada em um corpo de adulto, mas de tudo se extrai um aproveitamento.

Técnica de alfabetização por novela: Lembra daquela novela do “plin, plin” que foi Top em 2002, cujos os bordões eram usados para brincadeiras e, que por sinal, está sendo reprisada no Vale a Pena Ver de Novo?   Pois é, nunca pensei que foi escrever isso, mas um “viva” para a novela O Clone, sabe por quê?

“Chokran – Obrigado”;

“naAm – Sim”;

“laa – Não”;

“As-Salaam Alaykum – Que a paz esteja contigo”- utilizado para cumprimentar;

“Alaykum As-Salaam – E sobre vós também” – resposta caso alguém te cumprimente primeiro.

Foram as expressões mais úteis para ingressar os primeiros passos no Cairo. 

Importante: a escrita destas palavras variam de acordo com a transcrição de um determinado idioma, pois a língua Árabe possui caligrafia própria -  فن الخط fann al-jaṭṭ.

Em qualquer lugar a comunicação era feita por palavras básicas  e dependendo do local (turístico) por Inglês. De qualquer forma, eles sempre conseguem uma forma descontraída e envolvente se fazer entender, incrível.

Como uma boa imersão na cultura, assistir aos canais de TV local estavam na lista.

Dos 30 canais disponíveis no hotel 10 eram dedicados a oração, 6 para noticiários (entre locais e do mundo), 1 canal com séries americanas e os demais para a TV local (entre desenhos, comédia, clip, novelas, filmes e programas de culinária).

Ao assistir aos canais árabe comecei a pensar na necessidade de querer entender as coisas, digo isso porque nem todos os canais são em inglês/traduzidos, para dizer a verdade somente dois são em inglês e os demais são todos em árabe, sem tradução/legenda.


Mesmo não entendendo compreendi que todos os canais da TV local passam por um crivo de censura sobre o contexto do que será exibido. O que posso dizer é nada de beijos, abraços calorosos ou grandes contatos físicos...

Você conseguiria imaginar um Mulçumano assistindo a nossa TV? 

“Haraam” – esta palavra eu nem preciso traduzir!


Independente de não entender nada me senti muito a vontade e continuei assistindo novelas, desenhos (realmente educativos) e programas de comédia, dependendo do momento até noticiários.

O bom disto tudo é que a percepção fica cada vez mais aguçada ao invés de potencializar a necessidade de querer entender tudo! 
Talvez esta seja uma das lições, pois na vida nem sempre conseguimos entender tudo! 

Quer ouvir algumas pronúncias, acesse:



Destaques:

Dois comerciais de grandes empresas para vocês terem uma ideia da aventura.



[Comerciais especiais para o Ramadã]


 [Friends domina o mundo]

 [noticiário local]

[transmissão direto de Meca - oração 24h

Ma’a salama!

domingo, agosto 21, 2011

||| Descobrindo para desmistificar - القاهرة - Cairo - parte 1 |||


A decisão de ir para o Cairo – Egito veio pela oportunidade de encontrar uma amiga que está morando lá, além de que, quando eu era criança tinha um fascínio pelo Egito com suas pirâmides, múmias, Cleópatra, Faraós, entre outras histórias. 

Na adolescência tive alguns sonhos e em um deles tive a oportunidade de vivenciar um momento de mumificação em alguma das 30 dinastias que existiram, foi mágico. 


A partir deste dia descobri que meu signo Egípcio corresponde ao Deus Anúbis, senhor da mumificação e da morte. Intenso!

Com a viagem programada era hora de pesquisar um pouco mais sobre o país, pois a cultura egípcia da época dos Faraós só se encontra em museu e nos monumentos. 

Para mim o mais excitante seria conhecer um país de cultura Árabe (mulçumana) e principalmente ir de encontro com um período super importante para os mulçumanos, o Ramadã.


O que é Ramadã: O Ramadã (português brasileiro), também grafado Ramadan (em árabe رَمَضَان) é o nono mês do calendário islâmico. É o mês durante o qual os muçulmanos praticam o seu jejum ritual (suam, صَوْم), o quarto dos cinco pilares do Islão (arkan al-Islam).
A palavra Ramadão encontra-se relacionada com a palavra árabe ramida, “ser ardente”, possivelmente pelo fato do Islão ter celebrado este jejum pela primeira vez no período mais quente do ano.
Neste período, é um tempo de renovação da , da prática mais intensa da caridade e vivência profunda da fraternidade e dos valores da vida familiar. Neste período pede-se ao crente maior proximidade dos valores sagrados, leitura mais assídua do Alcorão, frequência à mesquita, correção pessoal e autodomínio.
É o único mês mencionado pelo nome, por Deus, no Alcorão:
O mês do Ramadã foi o mês em que foi revelado o Alcorão, orientação para a humanidade e evidência de orientação e discernimento.

Após uma pequena imersão nos conhecimentos necessários para evitar constrangimentos e uma rápida aula de árabe (Guia Egito) o grande momento chegou!
Ao sair de casa deixei para trás tudo o que sabia dos últimos acontecimentos no Cairo e de todos os comentários sobre o Egito,  como: “Que loucura!”, “Ai meu Deus!”, “Tem certeza?, entre outros.
Confesso que no fundo sentia um certo receio, medo, até porque quando se pensa em um país Árabe não lembramos primeiramente de pontos positivos, já colocamos um preconceito, ou seja, algo criado em nossa mente, mas eu estava disposto a pagar para ver. 
Depois de 15 horas de voo, entre 8 horas de espera para conexão, o Egito era mais que real.
Só entendemos a dimensão de certas coisas quando realmente nos deparamos com ela. Ao pisar em solo Egípcio foi um misto de realização, surpresa, energias, calor, expectativas e cansaço!
Neste exato momento comecei a reconstruir  tudo o que tinha de imagem ou pensava sobre o país. Muita coisas o Guia já sinalizava, mas quando você vê a história é outra.
O primeiro impacto foi logo no Aeroporto ao ver a maioria das mulheres vestidas com Xador, Niqab e hijab (vestimenta que cobre os cabelos e orelhas, deixando apenas a face à mostra). Os homens usando “galabeya”, roupa típica e comum, além de alguns usarem os turbantes. Sobre o idioma nem tem o que dizer, pois é completamente impactante.
Enquanto estava esperando minha amiga fiquei num canto da área de desembarque observando. As pessoas que saiam eram recebidas pelos parentes/amigos ao gritos, flores em sinal de felicidade e, o mais caloroso dos cumprimentos, fica entre os homens. Eles se cumprimentam com dois beijos na bochecha e um abraço apertado.
Enquanto praticava a obervação, discretamente, da vida alheia, recusei aproximadamente 15 ofertas de táxis (em 25min), pensa que em cada oferta eles faziam umas 5 perguntas, pois não era um simples “não, obrigado” que encerrava o assunto. Eles queriam negociar mesmo quando eu dizia que esperava por uma amiga. 
Nestas horas eu pensei que minha cara de Árabe, Turco poderia ajudar, mas não ajudou em nada! Eu era turista com cara de Árabe, Turco e adjacências.
A partir daí a ficha caiu “Bem-Vindo ao Cairo!”
Ma’a salama (Tchau)