sexta-feira, setembro 01, 2006

Existem duas dores de amor

Existem duas dores de amor
A primeira é quando a relação termina e a gente segue amando. Ter que se acostumar com a ausência do outro, com a sensação de perda, rejeição e com a falta de perspectiva, já que ainda estamos tão embrulhados na dor que não conseguimos ver luz no fim do túnel.
A mais dilacerante é a dor física, segunda dor, da falta de beijos e abraços. A dor de deixar de ser importante para o ser amado. Mas quando esta dor passa, começamos um outro ritual de despedida: a dor de abandonar o amor que sentíamos. A dor de esvaziar o coração, de remover a saudade, de ficar livre, sem sentimento especial por aquela pessoa.
Na verdade, ficamos apegados ao amor tanto quanto à pessoa que o gerou.
Muitas pessoas reclamam por não conseguir se desprender de alguém. É que, sem se darem conta, não querem se desprender. Aquele amor, mesmo não retribuído, tornou-se lembrança de uma época bonita que foi vivida... Passou a ser um bem de valor inestimável uma sensação à qual a gente se apega. Faz parte de nós. Queremos, logicamente, voltar a ser alegres e disponíveis, mas para isso é preciso abrir mão de algo que nos foi caro por muito tempo, que de certa maneira entranhou-se na gente, e que só com muito esforço é possível alforriar. É uma dor mais amena, quase imperceptível. Talvez, por isso, costuma durar mais do que a dor-de-cotovelo propriamente dita. É uma dor que nos confunde. Parece ser aquela mesma dor primeira, mas já é outra. A pessoa que nos deixou já não nos interessa mais, mas interessa o amor que sentíamos por ela, aquele amor que nos justificava como seres humanos, que nos colocava dentro das estatísticas: "Eu amo, logo existo".
Despedir-se de um amor é despedir-se de si mesmo. É o arremate de uma história que terminou, externamente, sem nossa concordância, mas que precisa também sair de dentro da gente... E só então a gente poderá amar de novo.
(autor desconhecido)
Se o amor acabou a dor pode ser consequência, isso depende de cada um, não necessariamente desta forma. O texto é um reflexo do comportamento amoroso da nossa atualidade. O mais importante que devemos observar é: se um amor acaba existe um motivo. A dores serão consequência, mais para um, menos para o outro. O que devemos saber é: o que buscamos para a nossa vida? Esso é o maior estímulo para transpor barreiras e vêr que a felicidade está dentro de si podendo ser compartilhada com os amigos e um novo amor, mesmo assim, tudo o que se vive tira-se uma lição, basta saber reconhecer e aproveitá-la!
"vida: viva, pense, sonhe, caminhe. escolhas: eu, você, nós..."
por: César Silva
Foto: César Silva/agosto/2006 - as cores
Música: Bolero de Ravel