domingo, agosto 21, 2011

||| Descobrindo para desmistificar - القاهرة - Cairo - parte 1 |||


A decisão de ir para o Cairo – Egito veio pela oportunidade de encontrar uma amiga que está morando lá, além de que, quando eu era criança tinha um fascínio pelo Egito com suas pirâmides, múmias, Cleópatra, Faraós, entre outras histórias. 

Na adolescência tive alguns sonhos e em um deles tive a oportunidade de vivenciar um momento de mumificação em alguma das 30 dinastias que existiram, foi mágico. 


A partir deste dia descobri que meu signo Egípcio corresponde ao Deus Anúbis, senhor da mumificação e da morte. Intenso!

Com a viagem programada era hora de pesquisar um pouco mais sobre o país, pois a cultura egípcia da época dos Faraós só se encontra em museu e nos monumentos. 

Para mim o mais excitante seria conhecer um país de cultura Árabe (mulçumana) e principalmente ir de encontro com um período super importante para os mulçumanos, o Ramadã.


O que é Ramadã: O Ramadã (português brasileiro), também grafado Ramadan (em árabe رَمَضَان) é o nono mês do calendário islâmico. É o mês durante o qual os muçulmanos praticam o seu jejum ritual (suam, صَوْم), o quarto dos cinco pilares do Islão (arkan al-Islam).
A palavra Ramadão encontra-se relacionada com a palavra árabe ramida, “ser ardente”, possivelmente pelo fato do Islão ter celebrado este jejum pela primeira vez no período mais quente do ano.
Neste período, é um tempo de renovação da , da prática mais intensa da caridade e vivência profunda da fraternidade e dos valores da vida familiar. Neste período pede-se ao crente maior proximidade dos valores sagrados, leitura mais assídua do Alcorão, frequência à mesquita, correção pessoal e autodomínio.
É o único mês mencionado pelo nome, por Deus, no Alcorão:
O mês do Ramadã foi o mês em que foi revelado o Alcorão, orientação para a humanidade e evidência de orientação e discernimento.

Após uma pequena imersão nos conhecimentos necessários para evitar constrangimentos e uma rápida aula de árabe (Guia Egito) o grande momento chegou!
Ao sair de casa deixei para trás tudo o que sabia dos últimos acontecimentos no Cairo e de todos os comentários sobre o Egito,  como: “Que loucura!”, “Ai meu Deus!”, “Tem certeza?, entre outros.
Confesso que no fundo sentia um certo receio, medo, até porque quando se pensa em um país Árabe não lembramos primeiramente de pontos positivos, já colocamos um preconceito, ou seja, algo criado em nossa mente, mas eu estava disposto a pagar para ver. 
Depois de 15 horas de voo, entre 8 horas de espera para conexão, o Egito era mais que real.
Só entendemos a dimensão de certas coisas quando realmente nos deparamos com ela. Ao pisar em solo Egípcio foi um misto de realização, surpresa, energias, calor, expectativas e cansaço!
Neste exato momento comecei a reconstruir  tudo o que tinha de imagem ou pensava sobre o país. Muita coisas o Guia já sinalizava, mas quando você vê a história é outra.
O primeiro impacto foi logo no Aeroporto ao ver a maioria das mulheres vestidas com Xador, Niqab e hijab (vestimenta que cobre os cabelos e orelhas, deixando apenas a face à mostra). Os homens usando “galabeya”, roupa típica e comum, além de alguns usarem os turbantes. Sobre o idioma nem tem o que dizer, pois é completamente impactante.
Enquanto estava esperando minha amiga fiquei num canto da área de desembarque observando. As pessoas que saiam eram recebidas pelos parentes/amigos ao gritos, flores em sinal de felicidade e, o mais caloroso dos cumprimentos, fica entre os homens. Eles se cumprimentam com dois beijos na bochecha e um abraço apertado.
Enquanto praticava a obervação, discretamente, da vida alheia, recusei aproximadamente 15 ofertas de táxis (em 25min), pensa que em cada oferta eles faziam umas 5 perguntas, pois não era um simples “não, obrigado” que encerrava o assunto. Eles queriam negociar mesmo quando eu dizia que esperava por uma amiga. 
Nestas horas eu pensei que minha cara de Árabe, Turco poderia ajudar, mas não ajudou em nada! Eu era turista com cara de Árabe, Turco e adjacências.
A partir daí a ficha caiu “Bem-Vindo ao Cairo!”
Ma’a salama (Tchau)

Um comentário:

Diogo disse...

Gostei! Vá transmitindo tudo por aqui...a descrição da chegada depois das longas horas de viagem me excitaram - ah viagens! De qualquer maneira, cuidado aí e aproveite cada pedacinho. ;)